Desde que foi inaugurada em 2019, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pediátrica, que faz parte do Centro de Atenção à Saúde da Criança (Casc), tornou-se referência no atendimento de urgências e emergências pediátricas em Camaçari. A Upinha – como é carinhosamente conhecida – deve atender casos de urgência e emergência. Entretanto, muitas situações que podem ser atendidas nas unidades de saúde da Atenção Básica têm sido direcionadas para a UPA de forma equivocada.
Em média, a UPA Pediátrica tem realizado, atualmente, 150 atendimentos por dia. “Temos dois médicos pediatras plantonistas 24h/dia, e colocamos mais um médico diarista para reforçar a equipe. Porém, é importante explicar que muitos casos que chegam à Upinha devem ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família”, explicou Elaine Teixeira, diretora da Atenção à Saúde da Secretaria da Saúde (Sesau) de Camaçari.
Entre os quadros que devem ser direcionados para as unidades de saúde estão: queixas dentárias; dermatites diversas como lesões na pele, coceiras e pequenos ferimentos; prisão de ventre; curativos simples e retirada de pontos; puericultura; orientação alimentar; pedido de exames; rinite e sinusite; dor de cabeça; entre outros.
Atualmente, a UPA Pediátrica possui em média 10 pacientes internados. Em alguns momentos do mês de março, esse número chegou a 15 pacientes. “A maioria deles com problemas respiratórios característicos da região de Camaçari. Isso sempre ocorre entre os meses de março e abril”, pontuou Elaine Teixeira.
Com os leitos de internamento lotados e muitos casos que deveriam ser atendidos na Atenção Básica, o tempo de espera para atendimento na Upinha tem aumentado. “Existe um protocolo de atendimento nas unidades de urgência e emergência em que as prioridades são os casos vermelhos, seguidos dos amarelos, depois os verdes e por último os azuis. Por isso, às vezes, a pessoa está na recepção da UPA e vê uma pessoa que chegou depois, ser atendida antes. Isso ocorre em virtude desse fluxo de atendimento”, detalhou Teixeira.
Entenda como funciona o fluxo de atendimento nas unidades de urgência e emergência:
Emergência (atendimento imediato) — Vermelha: Risco iminente de perder a vida, como paradas cardiorrespiratórias, coma, trauma de crânio, falta de ar intensa, crise convulsiva, intoxicação, choque elétrico, angina, derrame, hemorragias e fraturas. Atendimento na UPA ou no PA.
Urgência (até 60 minutos) – Amarela: O paciente precisa ser avaliado. Tem condições clínicas para aguardar por meia hora. São quadros de dor intensa, de início imediato; alterações súbitas de comportamento, agitação, confusão mental e desmaios, dor torácica intensa, crise asmática, diabético com alterações, dor forte, sangramento, febre (acima de 40 graus), luxação, entorse e acidentes por animais peçonhentos. Atendimento na UPA ou no PA.
Pouco urgente (até 120 minutos) – Verde: O usuário pode esperar atendimento ambulatorial, com prioridade sobre o não urgente. A classificação verde se refere a pessoas com idade acima dos 60 anos, pacientes escoltados, deficientes físicos, enxaqueca, dor moderada, abscessos, vômito e diarreia. Atendimento na UPA ou no Pronto Atendimento (PA), podendo ser atendido também em Unidade Básica de Saúde (UBS) e Unidade de Saúde da Família (USF) (acesso avançado).
Não Urgente (até 240 minutos, se aguardar na UPA ou PA) – Azul: Caso de menor complexidade, sem problemas recentes. A recomendação é procurar atendimento em Unidade Básica de Saúde (UBS) e Unidade de Saúde da Família (USF). Nessa lista da cor azul estão sintomas crônicos por mais de 24 horas, troca de receita, atestado, encaminhamento para especialistas, revisão com pediatra, acompanhamento de doenças crônicas, check-up e exames de rotina. Esses são casos que não devem ir para UPA ou PA, mas para UBS e USF.