Suzane e irmãos Cravinhos ganharam dinheiro pelos filmes?

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Entre as principais dúvidas, uma das mais comentadas nas redes sociais era sobre o envolvimento de Suzane e os irmãos Cravinhos na produção do longa, além da possibilidade de os três receberem dinheiro pelo dois títulos.

Em entrevista, Carla Diaz, atriz que vive Suzane nos longas, explicou que não houve contato algum com a condenada. A produção nunca quis ter nenhum tipo de envolvimento com ninguém do caso real. Ou seja: os envolvidos não têm nenhuma ligação com as produções dos filmes. Os roteiros, baseados nos autos do processo, são assinados por Raphael Montes e Ilana Casoy, criminóloga que acompanhou as reconstituições do caso e esteve presente durante o julgamento.

Montes afirmou que, por se tratar de um caso público, não é necessária a autorização ou envolvimento de ninguém que esteve no caso. Condenada pela morte dos pais, Suzane von Richthofen cumpre a pena em regime semiaberto e tentou barrar o lançamento dos títulos e impedir a estreia, mas o pedido foi negado pela Justiça.

O advogado e professor de Direito Civil e Propriedade Intelectual da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia, Rodrigo Moraes, explicou que não é necessário autorização prévia para obras literárias e audiovisuais biográficas. Por ser um filme baseado nos autos do processo que não foi tramitado em segredo de justiça, pode, sim, ser transformado em obra cinematográfica biográfica, sem autorização da biografada.

No caso dos direitos de imagem dos envolvidos, a lei não é tão assertiva, sendo necessário ponderar “a notoriedade do retratado e dos fatos abordados”. Para o advogado, por se tratar de um caso notório, e amplamente divulgado pela mídia, a Suzane não tem direitos à própria imagem neste caso, pois é usada para retratar o crime — tido com um fato histórico. “Caso a personagem biografada tivesse direito a exigir um preço pelo uso de ‘sua imagem’, numa obra audiovisual biográfica, poderia ser uma censura privada, que é vedada pela Constituição Federal de 1988.” Sendo assim, nenhum dos envolvidos recebeu ou receberá qualquer tipo de compensação pelos filmes.

Lançamento

A Amazon lançou no último dia 24 de setembro dois filmes: A menina que matou os pais e O menino que matou meus pais. Ambos tratam do assassinado do casal Richthofen e do julgamento de seus assassinos: Suzane Von Richthofen, o namorado Daniel Cravinhos e seu irmão, Cristian Cravinhos.  Os filmes podem ser vistos na plataforma de streaming da Amazon.

“A Menina que Matou os Pais” (Bra, 2021); escrito por Ilana Casoy e Raphael Montes, dirigido por Mauricio Eça; com Leonardo Bittencourt, Bruna Carvalho, Kauan Ceglio, Carla Diaz, Leonardo Medeiros e Vera Zimmerman

Redação

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