Quem nessa vida já teve a triste experiência de, algum dia, acordar e ver a despensa vazia, sabe bem o valor de um alimento à mesa quando a fome aparece. Com o objetivo de promover o aproveitamento de alimentos em boas condições de uso e de qualidade nutricional, a Secretaria do Desenvolvimento Social e Cidadania (Sedes) vem auxiliando atualmente 20 instituições da sociedade civil através de doações de mantimentos fornecidos pelo Banco de Alimentos.
Todo comerciante ou empresário que tenha interesse, pode participar. A doação potencializa e concretiza o trabalho do banco. “Antes do alimento chegar num nível de não utilização, o empreendedor que possua um alimento que não esteja mais dentro do padrão de consumo do seu cliente, mas que ainda esteja em condição de ser aproveitado, ele entra em contato com o Banco de Alimentos através do (71) 3621-8483, e a gente manda uma equipe até o local para recolher a doação”, explicou Liliam Costa, coordenadora do setor.
João da Laranja, como é popularmente conhecido, é um dos que contribuem há anos para essa ação da Sedes. “Já doei ontem e doo desde sempre! É melhor a gente dar do que jogar fora, porque o que não serve para a gente já serve para outras pessoas”, declarou o comerciante. O Banco tem realizado a coleta às segundas, terças e quintas-feiras, mas “tudo se ajusta à necessidade do fornecedor”, explicou Liliam. Segundo a gestora, “quanto mais dias o alimento passa no estabelecimento, a qualidade nutricional desse alimento se deteriora, então temos esse cuidado de ser maleáveis”, justificou.
Carmem Silva, que há 20 comercializa no Centro Comercial, doa por entender que o conhecimento especializado pode transformar a vida para melhor. “A gente não utiliza aqui, mas quem pega (a equipe técnica do Banco de Alimentos) já sabe o que fazer! ”, reconheceu a comerciante.
Mesmo aqueles alimentos que chegam em menor condição de aproveitamento para o consumo humano são devidamente manipulados e destinados ao consumo animal. Liliam relata que “existem pessoas que vêm para cá e que possuem criatório de galinhas, por exemplo. Eles vêm e pegam esses alimentos que não servem para uma pessoa comer, mas que já servem para alimentar animais. Então não há desperdício”, declarou a coordenadora. Razões como essa, sustentam afirmativas como a da comerciante Tereza Silva que disse só ter mesmo o que agradecer. “Essa ação é muito boa, além de gratificante”, afirmou a autônoma que há 10 anos atua na feira e há dois passou a doar para o Banco de Alimentos.
O comerciante que quiser fazer parte dessa rede, deve ligar para a Sedes e fornecer nome, endereço, telefone e nome do responsável pelo negócio. Além disso, é necessário autorizar sua participação na divulgação em sites institucionais, bem como informar ao Banco de Alimentos os melhores dias e horários para a retirada dos donativos pelo grupo de trabalho da secretaria.
O Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional é a instância responsável por estabelecer os critérios para que instituições sociais possam receber os benefícios relacionados às finalidades e competências do Banco de Alimentos. O Conselho fez publicar Resolução n.º 8/2020 de 12 de novembro de 2020 que normatiza esses critérios, que pode ser acessada através do Diário Oficial do Município (DOM) de n.º 1.545, de 18 de novembro de 2020. Espaço de articulação entre o governo municipal e a sociedade civil, é o Conselho Municipal que responde pela formulação de diretrizes para a Política Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Camaçari.
Foto: Jean Victor