Laudo emitido pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) confirmou que resíduos de óleo encontrados na praia de Itacimirim, na última semana, trata-se do mesmo material que atingiu o litoral do Brasil em 2019, com sinais naturais de decomposição. A informação foi anunciada em reunião na manhã desta terça-feira, na Capitania dos Portos, em Salvador.
Na ocasião do anúncio, estavam presentes representantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), das secretarias municipais do Turismo (Setur), do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Sedur), a Defesa Civil, órgão vinculado à Secretaria dos Serviços Públicos (Sesp), além da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), através da Diretoria de Vigilância e Atenção à Saúde do Trabalhador e do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde.
A Capitania dos Portos considera que a reincidência dos segmentos oleosos encontrados na praia de Itacimirim decorre, possivelmente, de fatores naturais como a maré de sigízia, aliada à ação de ventos e correntes marítimas que, em função de uma ressaca, moveu e provocou a exposição de sedimentos de composto de óleo, areia e pequenas algas.
Para Lúcia Bichara, subsecretária da Setur, o trabalho conjunto de todas as organizações envolvidas foi vital para o sucesso da mobilização interinstitucional. “Logo que fomos acionados para apoiar a Capitania dos Portos e o IBAMA com alguns equipamentos de proteção individual, demos todo o suporte necessário. Imediatamente somamos forças através da ação qualificada da Sesp que, por meio da Defesa Civil, trouxe o apoio qualificado da equipe técnica durante os dois momentos de recolha, perfazendo 500 kg de material coletado”, esclareceu.
Para o comandante Paulo Gonzalez, capitão dos Portos da Bahia, o propósito da instituição que representa, nessa situação, é o de “auxiliar a natureza a fazer o papel dela de maneira pensada”. A Marinha do Brasil mobilizou a inteligência do IEAPM que, com amostras coletadas em 29 de julho, respondeu com celeridade à indeterminação da origem do material encontrado em Itacimirim. “Na nossa visão, o elemento crítico não é exatamente o fator tempo, mas o descarte adequado do material coletado”, reconheceu.
Em situação de monitoramento permanente da região, as instituições presentes se mantêm mobilizadas. Providências quanto ao descarte foram encaminhadas, respeitando atribuições e competências das organizações envolvidas.