A cantora baiana Margareth Menezes aceitou, nesta terça-feira (13), o convite para ser ministra da Cultura no terceiro mandato do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Aos 60 anos completados em outubro, ela é fundadora da ONG Fábrica Cultural e criadora do Mercado Iaô.
A confirmação da cantora baiana Margareth Menezes no Ministério da Cultura marcou a presença da primeira mulher no alto escalão do governo eleito presidido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde sexta-feira (09/12), o petista vem fazendo anúncios pontuais em sua equipe quando anunciou cinco nomes em áreas estratégicas do governo.
Quem é Margareth Menezes
Maga, como é conhecida, completou 60 anos em outubro deste ano. Nascida na Boa Viagem, região da Península de Itapagipe, em Salvador, Margareth é a filha mais velha de cinco irmãos. À frente do Ministério da Cultura, ela terá o trabalho de liderar a pasta que foi extinta no governo Bolsonaro.
O dom para a arte veio de família: ela cresceu vendo o avô tocar violão e vivenciou os pais se reunindo em volta do aparelho de som. Precursora do movimento AfroPop, Margareth foi a primeira voz do samba-reggae gravado no Brasil, com a icônica música ‘Faraó – Divindade do Egito’.
Trajetória
Gravada em 1987, a canção de Luciano Gomes vendeu mais de 100 mil cópias, e abriu portas para a cantora, que assinou um contrato com uma gravadora, e lançou o seu primeiro álbum no ano seguinte.
O disco rendeu dois troféus Imprensa de ‘Melhor Disco’ e ‘Melhor Cantora’, além de encantar o músico, compositor e produtor musical escocês David Byrne, que a convidou para abrir os shows da turnê mundial do grupo Talking Heads. A turnê percorreu um total de 42 países na América do Sul, América do Norte, e Europa.
Desde então, Margareth colecionou 23 turnês internacionais, 15 álbuns e quatro indicações ao Grammy. Sua carreira é marcada por diversas parcerias, como Gilberto Gil – outro baiano que também foi escolhido por Lula para o Ministério da Cultura, mas no primeiro mandato.
Em 1990, Margareth se apresentou, ao lado de Gil e Dominguinhos, em uma série de espetáculos do projeto Bast Chrome Music, dirigido por Milton Nascimento e pelo próprio Gil. Maga dividiu também a capa da revista The Beat, com os dois.
Por mais de dez anos foi madrinha e estrela maior do Os Mascarados, bloco de fantasiados que se tornou um dos maiores do carnaval de Salvador. Após um forte apelo popular em 1999, em 2008 deixou de ser comercializado, ou seja, para participar, bastava estar fantasiado.
Em 2001, o álbum Afropopbrasileiro foi lançado com a produção de Carlinhos Brown e Alê Siqueira. Entre as onze faixas, está uma das principais canções da carreira de Margareth, Dandalunda, composta por Brown e considerada a melhor música do carnaval de 2003.
A música rendeu para Margareth um Troféu Dodô e Osmar de Melhor Música e de Melhor Cantora do Carnaval Baiano. O CD Tete-a-Tete, com participação de Carlinhos Brown e da banda Cidade Negra. Nele mais um grande o sucesso foi apresentado ao público e fez história, ‘Toté de Maianga’.
Já em 2005, Margareth lançou o Movimento Afropop Brasileiro, bloco sem cordas, aberto ao público, que festeja a cultura negra no Brasil. O Ilê Aiyê, Muzenza, Cortejo Afro, Filhos de Gandhy e MalêdeBalê, são alguns dos blocos afros que apoiam o Afropop. O projeto reuniu Gilberto Gil, Daniela Mercury, Lazzo Matumbi, Roberto Mendes, Virgínia Rodrigues, Mariene de Castro, entre outros.
No ano de 2008, Margareth criou a Fábrica Cultural: uma instituição social que promove educação e cultura com ações sociais criativas e sustentáveis, para desenvolver crianças, jovens e também a comunidade, com cursos profissionalizantes e oficinas de arte e educação.
A Fábrica Cultural passou a abrigar o Mercado Iaô, que desde 2014, leva música, artes visuais, gastronomia, além de mais de 100 artesãos e empreendedores criativos, contando sempre com shows de Margareth, para sempre menina da Ribeira.