IBGE indica que Camaçari tem 1.610 quilombolas e 4.833 indígenas

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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os primeiros dados da pesquisa do Censo Demográfico 2022, referentes à população de comunidades indígenas e povos quilombolas do Brasil, esta última, inédita na história do recenseamento no país. Os resultados indicaram que em Camaçari residem 1.610 quilombolas e, com relação ao número de habitantes indígenas, o total foi de 4.833 pessoas, cinco vezes maior, em comparação à década passada, quando havia 910 indígenas morando no território camaçariense.

Atualmente, Camaçari ocupa a 10ª posição entre os municípios com maior número de pessoas indígenas do estado, ficando atrás de Lauro de Freitas, por diferença de duas pessoas. A supervisora de Disseminação de Informações do IBGE na Bahia, Mariana Viveiros, explicou que, para contagem da população indígena nos municípios brasileiros, o órgão percebeu a necessidade de se fazer um aperfeiçoamento na metodologia aplicada, e isto foi crucial para uma contagem mais eficaz.
 
“O instituto já pesquisa sobre povos indígenas desde 1991 e, tradicionalmente os indígenas assim se identificam, na pergunta sobre cor e raça desde 2010, porém buscamos uma forma de ampliar e melhorar a captação dessa população nas zonas urbanas das cidades, incluindo uma segunda pergunta no questionário, para saber se o cidadão se considerava um indígena”, esclareceu Mariana


Outro fato inédito, desde que o censo demográfico foi criado há 150 anos, foi a inclusão dos povos originários dos quilombos brasileiros na contagem populacional do país. Em Camaçari, a população quilombola identificada, corresponde a 0,54% do total da população brasileira, que é de 203.062.512 habitantes; e 0,4% com relação ao universo baiano, formado por 14.136.417 pessoas. Segundo o IBGE, o objetivo da contagem dos quilombolas é garantir maior visibilidade e possibilitar maior caracterização deste público, por sexo, idade, religião, educação, entre outros aspectos específicos.
 
Rivonildes de Jesus da Silva, 45 anos, é líder espiritual da aldeia Tupinambá, localizada em Vila de Abrantes. Reconhecida na comunidade indígena, como “Magê Rivia Tupinambá”, ela falou da importância do censo para os povos tradicionais. “Essa pesquisa é um complemento do nosso trabalho de formiguinha, pois sempre lutamos para trazer à tona a nossa existência e mostrar que estamos em todos os lugares e em todos os setores”. A camaçariense tupinambá ainda comemorou os resultados da apuração no município, dizendo que, “isso nos faz lembrar que persistir na luta vale a pena”.


 
A comunidade de Cordoaria, reconhecida como remanescente de quilombo, desde 2005, pela Fundação Cultural Palmares, abriga grande parte dos quilombolas do município. Residente na localidade, a beijuzeira Jaciara Calheiro Santos, 46 anos, falou sobre a importância dos quilombolas serem inseridos na contagem do IBGE, destacando que, “hoje podemos saber quantos somos, onde estamos e de que forma vivemos. Antes, éramos contados como pequenos agricultores, mas a gente não é só isso. Temos o nosso povo, a nossa comunidade, a nossa cultura”, afirmou.

Vale lembrar que, os dados divulgados são os primeiros resultados de uma série de outros que virão sobre as populações quilombolas e indígenas no Brasil, na Bahia e em todos os municípios brasileiros.

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