Uma brasileira foi encontrada morta por patrulheiros norte-americanos no deserto de Deming nesta quarta-feira (16/9) no Novo México. Ela tentava adentrar os Estados Unidos ilegalmente, mas sentiu-se mal, foi abandonada e não resistiu à fome e à sede.
A mulher foi identificada como Lenilda dos Santos, de 50 anos. De acordo com informações do jornal O Globo, ela tentava atravessar a fronteira com o México junto de três amigos de infância, além da pessoa contratada para guiá-los, o “coiote”, mas foi deixada para trás.
“Não se faz isso nem com cachorro, como é modo de falar. Quero dizer, não se pode maltratar animais, então como que se larga um ser humano no deserto sem comida, sem água?”, questionou ao jornal o irmão de Lenilda, Leci Pereira. “Você não tem noção da dor que é isso. É muito difícil.”
Lenilda e o grupo estavam em uma região de muito calor. Após horas caminhando e já sem água, a mulher não aguentou e se descolou dos colegas, que prometeram voltar para resgatá-la.
A técnica de enfermagem compartilhava a localização e comunicava-se com a família por um celular. Aos poucos, seu otimismo foi dando lugar à preocupação. Após um dia abandonada, chegou a ligar para um dos integrantes do grupo pedindo mais água e ouviu, novamente, a promessa do retorno.
“Na terça-feira, quando deu 15h27, foi o último contato que teve comigo: ‘Pode ficar tranquilo que eles vão vir me buscar'”, contou Leci.
Desespero da família
Sem nenhuma atitude dos amigos, a família começou a procurar ajuda de brasileiros nos EUA e conseguiu contato com Kleber Vilanova, que reside em Ohio e possui negócio relacionado a imigração. Segundo ele, os amigos de Lenilda não chamaram resgate para a mulher por medo de serem presos.