Alerta: apesar da proibição, uso de cigarros eletrônicos cresce entre jovens

0
Compartilhe:

Conhecidos também como “vapers” e “vaporizadores’, os cigarros eletrônicos existem há, pelo menos, duas décadas, mas acabaram virando “moda” no mundo todo nos últimos anos e têm gerado uma série de debates sobre os problemas que causam à saúde. No Brasil, a venda é proibida desde 2009, mas ainda é fácil encontrar o aparelho no comércio.

Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) revela que o uso do cigarro eletrônico aumenta quase três vezes o risco de a pessoa experimentar um cigarro comum. A médica pneumologista, Fabiane Cal Zacarias, explica que a fumaça produzida pelo aparelho também pode causar doenças, como asma e graves problemas pulmonares.

Uma pesquisa do Observatório da Atenção Primária à Saúde (APS), divulgada este ano, mostra que os jovens de 18 a 24 anos são os que mais experimentam cigarro eletrônico, cerca de 17% dos usuários experimentais.

A pesquisa apontou, também, que o uso diário é maior entre pessoas de 18 a 34 anos. O número estimado de pessoas que usam ou já usaram cigarro eletrônico é de cerca de 4 milhões de pessoas no Brasil, conforme o relatório.

Thaís Souza, de 24 anos, foi uma das pessoas que teve problemas de saúde após um longo período usando o cigarro eletrônico. A jovem, que é de Jundiaí (SP), contou ao g1 que precisou ser internada após sentir fortes dores de cabeça e nas pernas.

“Começou com uma dor de cabeça e falta de ar, foram uns 20 dias assim. Depois, comecei a sentir dor na perna esquerda, os remédios não aliviavam. Fiquei preocupada e procurei um hospital de Campinas”, relata a jovem.

Thais Souza/Foto G1

Após alguns exames, Thaís soube que estava com trombose na perna esquerda e sintomas de embolia pulmonar. Segundo a jovem, a falta de doenças pré-existentes fez com os médicos suspeitassem do cigarro eletrônico.

Ela ficou internada por três dias e, atualmente, faz fisioterapia por conta das dores na perna. “Antes eu usava aos fins de semana apenas, mas de um ano pra cá, comecei a usar todos os dias. Sei que estava viciada e acredito que poderia ter tido muitos outros problemas de saúde ou até morrido, se não tivesse ido ao hospital no momento que fui.” Afirma Thaís.

Cigarro eletrônico e recomendações

No caso do cigarro eletrônico, para os pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a fumaça também pode aumentar o risco de problemas oculares – usuários têm 34% mais chances de sofrer condições nos olhos do que pessoas que nunca usaram o “vape”. Neste contexto, Marcelo Nascimento explica que “a fumaça produzida por este tipo de cigarro – que é criada pelo aquecimento de um líquido que contém várias substâncias químicas – pode causar o ressecamento dos olhos, irritação e inflamação da conjuntiva – que é a membrana que forra a parte anterior do globo ocular e a parte interna das pálpebras”.

De modo geral, a recomendação oftalmológica é sempre não fumar. Mas, caso não consiga largar o vício, a orientação é buscar ajuda de profissionais o quanto antes. “É fundamental ainda incluir a ida ao oftalmologista a cada seis meses para prevenir ou tratar doenças oculares de forma precoce. Além disso, vale lembrar que os cuidados com o fumo não estão restritos apenas para quem fuma, já que os chamados fumantes passivos também precisam evitar a fumaça. Importante lembrar ainda que, ao aparecer qualquer incômodo ocular, não hesite em procurar ajuda de um oftalmologista, afinal, quanto antes o problema for detectado, maior será a probabilidade de cura”, conclui Marcelo Nascimento.

Compartilhe:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui