Remontando a trajetória de eventos históricos e de batalhas ocorridas, que culminaram na Independência do Brasil na Bahia, a 2 de julho de 1823, a Nova Praça da Matriz de Abrantes, recebeu na manhã desta quarta-feira (5/7), um totem alusivo às comemorações do Bicentenário da Independência. O evento, que ocorreu no distrito camaçariense de Vila de Abrantes, é parte do projeto “Bahia: memórias de lutas e liberdade”, realizado pelo governo baiano por meio da Fundação Pedro Calmon (FPC).
O vice-prefeito de Camaçari, José Tude, destacou o protagonismo de Camaçari nesse processo de reconhecimento da contribuição do município para a Independência da Bahia e do Brasil. “Nós, em Camaçari, ficamos muito felizes, porque foi o nosso historiador Diego Copque que fez um levantamento minucioso, que levou à inclusão não apenas de Camaçari, mas também de todos os municípios que, naquela época, e que hoje compõe o chamado Recôncavo Norte, e que tiveram reparada, neste bicentenário, a passagem do fogo simbólico, que representa a luta dos nossos antepassados pela independência”, pontuou.
Tude completou ainda: “com esse marco aqui colocado, a gente se sente feliz e, representando o prefeito Elinaldo Araújo, quero agradecer a todos que participaram desse momento importante, para dizer que tenham fé, tenham a certeza de que essa liberdade conquistada com tanta luta, ela será preservada com trabalho, dedicação, e esforço, a fim de que nossa população tenha melhores dias”, concluiu.
Sétima cidade a ser contemplada com o marco histórico, a obra representa o protagonismo de cidades baianas que tiveram alta relevância no processo de conquista da liberdade do Brasil, frente a Portugal. O objetivo da ação, segundo Caruso Costa, chefe de gabinete da FPC, é materializar esse resgate histórico. “A Pedro Calmon entende que ela [a independência do Brasil na Bahia] foi fruto de revolta, de uma luta popular. A verdadeira luta feita por indígenas, mulheres, negros. Então é uma vitória nossa, do povo baiano! E a gente sabe que os municípios atuaram fortes e, por isso, a gente precisava, de alguma maneira, estar junto deles nesse momento”, explicou.
A secretária da Cultura de Camaçari, Márcia Tude, reconhece a importância da iniciativa para o fortalecimento da história do município. Contudo, ela indica que a reparação só começou. “A pesquisa, ela foi fundamental pra aportar e firmar a ancestralidade; então, a gente tem muita honra do Diego Copque, que, com seu trabalho, fomentou a semente da união intermunicipal, pra que a gente pudesse, juntos, celebrar esse momento”, reconheceu.
Cristiane Bacelar, gestora da Secretaria do Turismo (Setur), vê todo esse processo como um ganho gigantesco para o município. “É um marco pro turismo. Isso atrai ainda mais, porque fortalece a nossa cultura, enriquece e atrai mais para o turismo cultural. Principalmente aqui, pra Vila de Abrantes, que é o berço de toda a nossa história”, destacou. Sobre o descerramento do totem, a secretária ainda disse: “é um momento espetacular, que evidencia o quanto o Brasil passa por aqui”. Finalizando, declarou: “o momento é só de comemorar. Viva a Camaçari! Viva a Vila de Abrantes! Viva ao Brasil!”.
Para o estudante de 16 anos, Rair William Ferreira, que cursa o 3º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual de Vila de Abrantes, e é filho do distrito, a experiência do dia celebrativo é em essência cultura. “São 200 anos da Independência da Bahia, né? Foi o povo que lutou, conseguiu chegar e conquistar esse marco”, observou.
Maria José de Souza, mãe de 39 anos e moradora de Nova Abrantes, prestigiou a programação da manhã, e disse: “Isso [o marco histórico] é muito positivo pra gente que é morador. Acho importante. Acho que dá muita força pros jovens, né? Mas de algum modo, isso dá força pra todo mundo!”, concluiu.
A programação transcorreu ao longo do dia. Pela manhã, houve apresentações de fanfarras, de grupo teatral e aula pública de História, além do descerramento do totem, que contou com a participação de diversas autoridades do Executivo e Legislativo municipal, além de representantes do Governo do Estado. À tarde, as atividades seguiram até 16h30, contando com diversas manifestações culturais e apresentações institucionais de órgãos do Executivo estadual, e várias oficinas para jovens.
Outra cidade que recebeu, neste 5 de julho, a passagem do projeto “Bahia: memórias de lutas e liberdade” foi Maragogipe, município do Recôncavo Baiano. Até o dia 14/7, a ação passa pelas cidades de São Francisco do Conde (6/7), Caetité (7/7), Itaparica (10/7), Jaguaripe (11/7), Valença (12/7), Cairu (13/7), finalizando com Governador Mangabeira. Já foram homenageados Santo Amaro (14/6), Saubara (16/6), Cachoeira (25/6), Salvador (29 e 30/6), Simões Filho (3/7), Candeias e São Félix, ambas no dia 4/7.
Imagem : Jean Victor