Com saída de Wagner oposição se desestabiliza e ACM Neto caminha a passos largos

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Herdeiro político do avô Antonio Carlos Magalhães (1927-2007), o ex-prefeito de Salvador ACM Neto ameaça a hegemonia do PT na Bahia. Já frequentava as pesquisas como primeiro colocado na corrida pelo governo do estado. O favoritismo foi potencializado pela decisão do senador petista Jaques Wagner de se retirar da disputa. Ironicamente, foi Wagner quem desbancou o carlismo ao derrotar, em 2006, o então governador Paulo Souto, que disputava a reeleição com o apoio de Antônio Carlos Magalhães. Governou a Bahia por dois mandatos. Foi sucedido pelo correligionário petista Rui Costa, que também está no seu segundo mandato.

Decorridos quase 16 anos, ACM Neto tenta desbancar o PT cavalgando a imagem do avô e o prestígio que amealhou numa gestão bem avaliada à frente da administração municipal.

Nas eleições de 2020, o então prefeito ACM Neto elegeu o vice Bruno Reis como seu sucessor. Prevaleceu no primeiro turno, com 64,2% dos votos válidos na capital baiana, o melhor resultado proporcional em todo o país. Desde então, o DEM, partido que era presidido por ACM Neto, fundiu-se com o PSL, dando origem ao União Brasil. A legenda recém-criada discute com MDB e PSDB a hipótese de apoio a um dos presidenciáveis da terceira via. A aliança presidencial não entusiasma ACM Neto. Simone Tebet e João Doria, presidenciáveis do MDB e do PSDB, despertam bocejos no eleitorado baiano. Lula é franco favorito no estado. E Bolsonaro, que gostaria de subir no palanque do ex-prefeito, amarga

Num esforço para pescar votos em todos os nichos do eleitorado, ACM Neto vem preferindo tomar distância das articulações nacionais. Vangloria-se de sua vocação para o diálogo. Realça que, na prefeitura, manteve boas relações com três presidentes: Dilma Rousseff, Michel Temer e o próprio Bolsonaro.

Com a desistência de Jaques Wagner, ACM Neto ainda não sabe quem será seu principal adversário. Lula tenta empinar a candidatura do senador Otto Alencar, do PSD, numa chapa que teria o atual governador petista Rui Costa como candidato ao Senado. Otto resiste. Prefere pleitear a recondução à cadeira de senador.

Corre por fora o ministro da Cidadania João Roma, do Republicanos. Vem a ser um ex-aliado de ACM Neto. Tem a seu favor o fato de que sua pasta administra o Auxilio Brasil. Mas teria de arrastar o desprestígio do chefe. Na Bahia, o apoio de Bolsonaro tem o peso de uma bola de ferro.

UOL/Josias de Sousa

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