Imagine ir às compras na Feira de São Joaquim, em Salvador, e ao chegar no local, a primeira coisa que você encontra é uma criança de aparentemente 11 anos, vendendo o seu próprio corpo e afirmando realizar qualquer tipo de atividade sexual por apenas R$ 5,00. Esta história foi vivenciada pelo Coordenador da Infância e Juventude do Poder Judiciário da Bahia (PJBA), Desembargador Salomão Resedá, que relata como um dos casos mais impactantes na sua trajetória nesta área, relacionado à exploração sexual.
Apenas no segundo semestre do ano de 2020, foram contabilizados 918 casos de exploração sexual contra crianças e adolescentes. Juntando os dois períodos, os casos totalizam em 1.677. Os dados foram coletados pelo Disque 100, de acordo com a Cartilha “Abuso Sexual contra Crianças e Adolescente”, disponibilizada pelo Governo Federal.
Em 18 de maio, celebra-se o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, no intuito de estimular a realização de ações de conscientização que visam alertar à sociedade sobre a necessidade da prevenção à violência sexual. A data é determinada pela Lei 9.970/2000 em memória à garota Araceli Crespo, de 8 anos, que foi sequestrada, violentada e assassinada em 18 de maio de 1973.
Atualmente, a mobilização se estende para todo o mês, que ficou conhecido como Maio Laranja. O PJBA apoia o Maio Laranja, por meio da Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ), sob responsabilidade do Desembargador Salomão Resedá. O Magistrado destaca a importância da sociedade no combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.
“A grande saída para o combate da exploração sexual é a mobilização da sociedade, porque a sociedade muitas vezes fala: o problema não é meu, e está vendo ali a filha do vizinho sendo explorada sexualmente. O problema é como um todo da sociedade. Por isso, ela tem que ser tocada e despertada para esse dever social e humano, de proteção e cuidado da criança e adolescente”, afirma o desembargador.
Nos próximos dias, em apoio à campanha, o PJBA publica matérias no site oficial e cards nas redes sociais, além de áudios na Rádio Web TJBA, abordando o assunto e destacando como denunciar.
Se você conhece ou já presenciou algum caso de abuso ou exploração sexual de crianças e adolescentes, denuncie através do Disque 100, não precisa se identificar. Sua denúncia pode salvar vidas e amenizar traumas.