De acordo com a antropóloga e pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mirian Goldenberg “uma em cada quatro jovens já faltou à aula por não poder comprar o absorvente e não fala que foi por isso. Elas têm vergonha, tentam esconder. A falta de absorvente provoca uma sensação de insegurança. É algo que elas sofrem como se fosse um fracasso, uma vergonha, por isso o que mais me chocou”, revela.
A levantamento nacional inédito por Goldemberg foi tema de reportagem do Fantástico, exibido neste domingo (2/5). A pesquisadora disse ainda que entrevistou mulheres de todo o Brasil entre 16 a 29 anos para pesquisar a pobreza menstrual.
O tema refere-se a falta de comprar itens básicos durante a menstruação, seja por falta de informação ou de dinheiro para comprar os absorventes.
Entre, os casos destacados durante a reportagem, a iniciativa da professora de Camaçari, Edicleia Pereira Dias chamou atenção. Após perceber a ausência de alunas durante os mesmos períodos a cada mês em sala de aula, a diretora da rede municipal de Camaçari descobriu que as faltas estavam relacionadas a questão menstrual. Então por conta própria decidiu doar absorventes para essas jovens desde o ano de 2012. “ Eu distribuía de 12 a 10 pacotes. E a expressão de alivio foi o que mais marcou”. destacou a educadora.
O assunto chamou atenção do presidente da Câmara Municipal, vereador Junior Borges que ao ver a reportagem por meio de suas redes sociais, parabenizou a professora pela iniciativa e se colocou à disposição.
“Edicleia nos chama atenção para esse problema, que muitas vezes passa despercebido, uma em cada quatro jovens falta a aula por não ter acesso a itens básicos, seja por falta de informação ou dinheiro. Quero parabeniza-la por fazer a diferença na vida dessas meninas e dizer que estarei à disposição para que possamos pensar em alternativas para minimizar esse problema, que reflete na evasão escolar”, ressaltou Junior Borges.
Carluze Barper – Jornalista