CAUSA: Especialista acredita que mau tempo e desestabilização tenham provocados a tragédia na travessia Mar Grande Salvador. Inquérito sai em 90 dias

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Foto: reprodução Lucio Tavora/AFP
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As causas do naufrágio que deixou 18 mortos na Baía de Todos-os-Santos devem ser divulgadas em inquérito aberto pela Capitania dos Portos e pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), em um prazo de 90 dias, contados desde o acidente que ocorreu no dia 24 de agosto.

Entretanto, de acordo com o portal G1 em entrevista à TV Bahia, um engenheiro mecânico que dá aulas de construção naval e é pesquisador do Senai/Cimatec, disse que é possível tirar algumas conclusões.

Antônio Mendonça acredita que três fatores tenham influenciado na tragédia. O primeiro deles estaria relacionado à velocidade dos ventos. “O vento que certamente soprava numa velocidade muito superior à normal. Pela previsão, algo em torno de 30 km/h. O normal seria algo em torno de sete a oito aqui na parte interna da Baía de Todos-os-Santos”. O segundo  motivo estaria relacionado às ondas, que chegaram a 2,5 metros de altura. “Além  disso, o fato de termos uma quantidade muito grande de ondulações e uma amplitude muito grande dessas ondulações”.

Somada à questão das ondas, o pesquisador cita uma possível desestabilização da embarcação por conta da movimentação dos passageiros. “Se todas as pessoas, conforme o que tem dito, foram para um único lado dessa embarcação, ao irem para esse bordo provocaram já uma desestabilização. Se no mesmo instante ou próximo a ele, eu tive uma onda que se chocou contra um dos bordos, a lateral oposta, e ainda assim o vento soprando provocou essa movimentação, essa instabilização certamente provocaria a embarcação vir a adernar”.

Conforme relato de sobreviventes, por causa da chuva forte e do vento, os passageiros da lancha passaram para um lado só da embarcação. A Marinha já tinha informado que vai ouvir os sobreviventes durante as investigações para apurar se isso provocou o acidente.

“Informação do que efetivamente ocorreu nós só teremos ao final do inquérito que está sendo instaurado pela Marinha para apurar o acidente. Nós ouviremos testemunhas, a embarcação vai passar por uma perícia e, ao final do inquérito, que tem prazo de conclusão de 90 dias, é que nós teremos um quadro efetivo”, afirmou o comandante Flávio Almeida, assessor de relações institucionais da Marinha na Bahia.

Segundo o pesquisador Antônio Mendonça, a lancha usada na travessia é ideal para o tipo de transporte a que se destinava. Para ele, seria fundamental uma mudança na legislação que garantisse a obrigatoriedade do uso do colete salva-vidas nas viagens.

Um projeto de lei que visava tornar obrigatório o uso de coletes salva-vidas em passageiros de embarcações abertas, como escunas e lanchas como a que naufragou na quinta-feira (24) na Bahia, tramitava desde 2012 no Congresso e foi rejeitado em maio deste ano pelo Senado.

 

Por Redação/Portal G1

 

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