Na década de 1990, surgiu nos Estados Unidos da América (EUA) um movimento pró-vida conhecido como Outubro Rosa e, desde então, entidades públicas e privadas, sociedade civil organizada e pessoas comuns se reúnem em torno da temática para chamar a atenção sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Recentemente, o câncer do colo do útero também virou alvo da campanha.
Em Camaçari, a Secretaria da Saúde (Sesau), através do Centro de Oncologia de Camaçari (CEONC), atua durante todo o ano com uma equipe multidisciplinar e de especialidades médicas, oferecendo serviços e prestando assistência a 456 pacientes com diagnóstico confirmado, entre esses, 62 são mulheres com câncer de mama, e 105 em tratamento de câncer do colo do útero.
Comentando sobre como é feito o acolhimento das pacientes, o secretário Elias Natan, destacou que, “temos um centro de especialidades, que dispõe de oncologista clínico, ginecologista, mastologista, endocrinologista e urologista, que atendem a população através de consultas e exames. Quando necessário, realizamos biópsias para diagnóstico da doença”, pontuou.
O gestor da Sesau ainda informou que, uma equipe multidisciplinar, formada por assistente social, psicóloga, nutricionista e enfermeiras compõe o núcleo de profissionais do centro que, diariamente, atendem os usuários que procuram o equipamento. “Quando a biópsia confirma a neoplasia, fazemos o encaminhamento para o tratamento nos hospitais da rede estadual, intermediando o transporte com o STU [Serviço de Transporte do Usuário]”, acrescentou Natan. Vale lembrar que, durante o tratamento de quimioterapia e radioterapia, a pasta disponibiliza como auxílio, uma cesta básica de gêneros alimentícios visando garantir segurança alimentar aos pacientes.
A equipe de profissionais do CEONC acolhe, diariamente, pacientes com suspeitas de câncer, também os que estão em tratamento nas unidades hospitalares, bem como aqueles que tiveram a doença e são monitorados, com o é o caso da técnica de enfermagem Marinalva Estevam, 47 anos, que já venceu três cânceres, sendo o primeiro diagnosticado aos 35 anos, através do autoexame das mamas.
“Desde os meus 22 anos eu sempre tive o hábito de realizar o autoexame das mamas mensalmente, e foi assim que eu detectei um nódulo que, depois de exames mais específicos, constatou o tumor maligno”, relatou Marinalva, que é técnica de enfermagem e mora no bairro Jardim Limoeiro. Ela, que é assistida pelo CEONC desde 2018, comentou sobre o atendimento que recebe no centro pontuando que, “para mim o atendimento é excelente. Todos os profissionais, desde a recepcionista, até a equipe médica são pessoas excelentes. Não tenho do que reclamar”, e finalizou exclamando, “que bom que a gente tem esse centro em Camaçari!”.
“O câncer existe, mas não é uma sentença de morte”, foi desta forma que a aposentada Alba Regina Gabrick, 67 anos, moradora do bairro Inocoop, começou a falar sobre sua experiência com a doença diagnosticada em 2015. “A pessoa com câncer tem que acreditar no tratamento total. Não podem se dar alta antes que o médico declare a alta. Há 8 anos eu estou em tratamento. Atualmente, faço uso de quimioterapia oral. Quem já recebeu a cura precisa continuar fazendo os exames periódicos, porque o câncer pode voltar.”
Entusiasta da causa da conscientização sobre a prevenção ao câncer de mama, Alba palestra sobre o tema e promove lives nas redes sociais. Comentando que já esteve no CEONC levando apoio às pessoas assistidas no equipamento, ela testemunhou que, “eu acho que os profissionais de lá trabalham com agilidade no atendimento dos pacientes em tratamento. O bom acolhimento é muito importante, porque promove bem-estar emocional e isso faz muita diferença no sucesso da terapêutica”.
A juíza da 1ª Vara Cível de Camaçari, Marina Rodamilans, 45 anos, foi curada do câncer do colo do útero diagnosticado há 13 anos. Ela conta que a doença, ao invés de levá-la para o campo do medo e da autopiedade, tornou-a mais forte e corajosa para enfrentar o tratamento e, no meio de tudo, realizar sonhos. Após um longo período de intervenção com quimioterapia, radioterapia e cirurgia, Marina descobriu que câncer não significa a morte.
“Inicialmente, saber que se está com câncer é assustador. Quando descobri a doença, tinha começado na profissão, me sentia realizada, então, o câncer veio e a sensação que eu tive era de que tudo que estava em minhas mãos se perdeu. Porém, quando eu me vi diante da morte, falei que queria viver e, ao invés de deixar a sequela da doença ser ‘pedra no meu sapato’, eu fiz dela algo que me levou para cima, que me fez saltar. Hoje, completo dez anos de casada, tenho duas filhas e posso dizer que sou grata e feliz”, relatou.
Com relação aos procedimentos necessários para uma pessoa com suspeita de câncer dar entrada no CEONC, a coordenadora do setor, Luciana Nogueira, explicou que, “a porta de entrada é através da consulta de acolhimento, quando são avaliados os critérios que definirão se a pessoa tem o perfil para receber o atendimento”. Luciana também esclareceu que a paciente que, porventura, já foi atendida em uma unidade básica de saúde, pode apresentar a ficha de referência e resultados de exames, caso tenha realizado. “Porém, mesmo que não tenha feito exames específicos, mas foi observado um nódulo palpável, já é considerado critério para admissão”, concluiu.
Além das consultas, exames e acompanhamentos de rotina, o centro também recebe material para anatomia patológica, que envia ao laboratório, ainda que o paciente tenha realizado cirurgias em outras unidades.
O CEONC funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17, no segundo andar do prédio da Policlínica e do Centro Municipal de Imagem (CMI), localizado na Avenida 28 de Setembro (antiga Radial A), Centro. Para outras informações, a população pode entrar em contato através do número (71) 3454-2259.