O Ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) passou a madrugada desta terça-feira (4) na carceragem da Superintendência da Policia Federal em Brasília. A previsão é que o líder político baiano seja transferido ainda para o presidio da Papuda, localizado no Distrito Federal.
Preso preventivamente no fim da tarde desta segunda (3), ele é acusado por obstruir a justiça, suspeito de atrapalhar as investigações tentando evitar as delações de Eduardo Cunha e Lúcio Funaro.
Conversas registradas em um aparelho de telefone apreendido na casa do então deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e da esposa de Luciano Funaro fazem parte das provas que envolvem o peemedebista baiano.
As investigações revelam ainda que Geddel é suspeito de agir para atrapalhar as investigações da Operação Cui Bono, que apura fraudes na liberação de crédito da Caixa Econômica- ex-ministro foi vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa entre 2011 e 2013. Fator principal do mandado de prisão expedida pelo Juiz Federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal.
Ainda na noite de Segunda (3) , a defesa de Geddel Vieira Lima, considerado o melhor criminalista do Estado da Bahia, e um dos mais conceituados advogados do Brasil, Gamil Föppel, criticou a operação e disse que o seu cliente sempre esteve a disposição da justiça.
Leia na integra nota da defesa:
Nota à imprensa
A defesa técnica do Senhor Geddel Vieira Lima vem registrar sua incompreensão em relação ao absolutamente desnecessário decreto de prisão preventiva.
Decerto, diante da ausência de relevantes informações para sua decisão, inexplicavelmente não relatadas na representação policial, a autoridade judiciária infelizmente laborou em erro. Dessa forma, acabou por não considerar que, desde o momento em que o Senhor Geddel Vieira Lima se viu injustamente enredado no bojo da “Operação Cui Bono”, colocou-se à disposição das autoridades constituídas, para apresentar os documentos que lhe fossem solicitados, assim como comparecer a todos os chamados que eventualmente lhe fossem formulados, inclusive abrindo mão dos seus sigilos bancário e fiscal, assim como do seu passaporte.
Assim, em que pese tenha sucessivamente se disponibilizado a prestar depoimento, inacreditavelmente, até o presente momento, jamais foi intimado para tanto, revelando uma preocupação policialesca muito mais voltada às repercussões da investigação para grande imprensa, do que efetivamente a apuração de todos os fatos.
Ademais, deixou de ser relatado que, mesmo no depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República, Joesley Batista foi enérgico em pontuar que jamais pagou propina (ou qualquer tipo de vantagem indevida) ao Senhor Geddel Vieira Lima. Enfim, diante da ausência de relevantes informações, acabou-se por não apreciar os substanciais elementos que comprovavam a inadmissibilidade da prisão preventiva no caso concreto.
Sabedor da sua inocência e confiante na altivez do Poder Judiciário, o Senhor Geddel Vieira Lima segue inabalável na reparação do cerceamento às suas liberdades fundamentais, registrando que, estando custodiado, deposita sua integridade física nas mãos da autoridade policial.
Salvador/BA, 3 de julho de 2017.
Gamil Föppel OAB-Ba 17.828
Por redação/Camaçari Alerta