Entidade enfrenta um risco real de descontinuidade dos serviços prestados à população; veja como ajudar
Vivendo a pior crise financeira da sua história, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), instituição que abriga um dos maiores complexos de saúde do Brasil com atendimento 100% gratuito, devem fechar o ano de 2022 com um déficit operacional de mais de R$ 30 milhões – R$ 20 milhões negativos do atual exercício, somados ao déficit acumulado de 2021, de R$ 11 milhões. Com isso, a entidade fundada por Santa Dulce dos Pobres, que acolhe quase 3 milhões de pessoas por ano na Bahia, já enfrenta um risco real de descontinuidade dos serviços prestados à população, sobretudo aos mais necessitados.
A delicada perspectiva financeira da Osid é decorrente do subfinanciamento do SUS, cujo contrato não é reajustado há cinco anos. O cenário foi ainda agravado com o enfrentamento da pandemia da covid-19 e com o avanço da inflação nos preços dos insumos, como material hospitalar e medicamentos, em mais de 10% em 2021 e de 6% no ano corrente.
De acordo com o gestor Administrativo e Financeiro das Obras Sociais, Milton Carvalho, no valor devido impactam também as contas de serviços essenciais para o funcionamento da instituição. Só com as contas de energia, telefonia e água, o gasto total de janeiro a outubro de 2022 foi de quase R$ 6 milhões.
“A Osid vem buscando medidas para tentar reduzir o déficit projetado para dezembro deste ano, investindo em uma política de redução de custos e buscando aumentar as doações”. Mas mesmo com todo o esforço, segundo a superintendente da entidade e sobrinha de Irmã Dulce, Maria Rita Pontes, “o cenário é extremamente preocupante, pois a Osid sempre fez muito com poucos recursos, mas o pouco de hoje está pouco demais”.
“A preocupação é grande, porque o déficit representa um volume muito elevado, de modo que estamos com dificuldades em fechar as contas deste ano. Estamos à espera de um milagre, que pode vir através da população, da iniciativa privada e do apoio governamental”, afirma Milton, alertando para uma perspectiva de interrupção dos serviços da organização.
Uma interrupção no atendimento prestado pelas Obras Sociais atingiria um amplo público com perfis variados. São pacientes oncológicos; idosos; pessoas com deficiência e portadoras de deformidades craniofaciais; dependentes de substâncias psicoativas; pessoas em situação de rua; crianças e adolescentes em risco social; entre outros públicos, que dependem diariamente do trabalho social realizado pela instituição da primeira Santa brasileira.
“Diante do déficit financeiro apresentado, nós vivemos, sim, um risco grande de reduzir serviços. Precisamos do apoio de todos para que não tenhamos que diminuir o número de leitos nem o número de atendimentos”, confirma o gestor de Saúde da OSID, André Fraife, salientando o impacto disso na população que mais precisa.
Como doar
Para ajudar a manter vivo o legado de amor e serviço de Irmã Dulce, a Osid vem recorrendo principalmente às campanhas de doação junto à população. Por exemplo, é possível doar agora mesmo, a partir de R$ 10, através do PIX amigos@irmadulce.org.br. Quem tiver interesse pode se cadastrar também no programa Sócio-Protetor, doando mensalmente à instituição da Mãe dos Pobres. Mais informações sobre como ajudar a OSID podem ser obtidas através do telefone (71) 3316-8899, de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h30; ou através do site www.irmadulce.org.br/doeagora.