Com o objetivo de alertar os homens para os riscos do câncer de pênis e sobre a alta taxa de cura quando diagnosticado nos primeiros sintomas, o Centro de Oncologia de Camaçari (Ceonc) realizou uma palestra para falar sobre o assunto, na manhã da sexta-feira (25/2), na sede do órgão, localizado no mesmo prédio da Policlínica da Sede, situado no centro da cidade.
O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos, embora possa atingir também os mais jovens. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste.
Embora evitável, a doença atingiu, pelo menos, 10.265 brasileiros entre os anos de 2016 e 2020. São casos que, além de deixar sequelas físicas e psíquicas, às vezes irreparáveis, colocaram o país entre as cinco nações com os maiores números de ocorrências, junto com Quênia, Uganda, Egito e Índia.
Médico uro-oncologista, Marco Vaz, ressaltou que, apesar de raro, é importante falar sobre o câncer de pênis. “É uma doença que está associada principalmente à falta de informação, pessoas vivendo em locais sem saneamento básico e falta de higiene do pênis, principalmente em pessoas que têm fimose. Então esse tema precisa ser falado abertamente para ajudarmos os homens a se prevenirem”, afirmou.
Coordenadora do Ceonc, Luciana Nogueira explicou que, “temos visto uma diminuição no diagnóstico do câncer de pênis devido a fatores relativos à pandemia. As pessoas deixaram de ir ao médico e com isso há uma subnotificação de novos casos. Porém, de acordo com o INCA [Instituto Nacional de Câncer], mais de 500 brasileiros têm o pênis amputado devido a essa doença que está relacionada a causas evitáveis. É importante se informar e conhecer essa doença grave e mutiladora”.
Luciana Nogueira ainda ressaltou que, “todas as pessoas portadoras de qualquer tipo de câncer encontram aqui no Centro de Oncologia de Camaçari todo apoio necessário para consultas, exames e realização do tratamento”.
Morador do Jardim Limoeiro, Davi dos Santos parabeniza a iniciativa do Ceonc. “Eu vou fazer 80 anos e nunca tinha ouvido falar sobre isso. Com certeza esse tipo de informação é muito importante para mim e para turma mais jovem”. Sentimento semelhante é dividido por José Ferreira dos Santos, 66 anos. “Informações como as que tivemos aqui na palestra nos ajudam a cuidar melhor de nossa saúde. Muitas pessoas ficam doentes por falta de informação”, avaliou.
Foto: Jean Victor