O Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Estado da Bahia (Sindoméstico-BA) realizou um protesto, na manhã desta quarta-feira (1º), em frente ao condomínio, no bairro do Imbuí, em Salvador, em que a babá Raiana Ribeiro da Silva, de 25 anos, caiu do terceiro andar para fugir de maus tratos da patroa, Melina Esteves França. O caso ocorreu no dia 25 de agosto.
De acordo com a presidente do Sindoméstico-BA, Creuza Oliveira, o intuito do ato é cobrar justiça e chamar a atenção da sociedade para casos, como o da babá, que acontecem com frequência na Bahia. “Tem gente que diz: ‘vocês estão exagerando, isso não existe, isso foi antigamente, a Lei Áurea foi assinada’. E estamos aqui para provar que isso ainda existe sim. Isso sao os casos que chegam aos nossos ouvidos e os que não chegam?”, enfatiza.
Segundo Oliveira, o Ministério Público da Bahia e a Superintendência Regional do Trabalho têm feito nos últimos meses resgates de empregadas domésticas em situação análogas à escravidão em diversos lares do estado. “Tem uma trabalhadora doméstica de 62 anos no abrigo Dom Pedro que foi retirada do trabalho há dois meses e não tinha nem contato com a família. Trabalhava sem salários e em péssimas condições”, diz.
Para o secretário nacional da União de Negros Pela Igualdade (Unegro, Alexandro Reis, o caso da babá Raiana Ribeiro reflete ainda os resquícios do racismo e escravidão no Brasil. “O trabalho doméstico no Brasil ainda tem características do tempo colonial, do tempo em que o Brasil não tinha leis trabalhistas. Nós precisamos romper com isso e eliminar essa condição aqui no Brasil”.
Após a repercussão do caso da babá, outras ex-funcionárias também denunciaram Melina Esteves. Ao todo, 11 mulheres confirmaram que sofreram agressões dentro do apartamento. A ex-patroa passou seis horas prestando depoimento na delegacia.
BNews