O curso em formato híbrido “Reprodução de Saberes, Fazeres e Identidade do Oficio das Baianas” certificou e contemplou com tabuleiros novos em madeira, na manhã desta quinta-feira (8/7), trinta e seis baianas de acarajé das localidades de Abrantes e Arembepe. As secretarias do Turismo (Setur) e da Educação (Seduc) apoiaram a iniciativa, que envolveu 22 municípios baianos.
A atividade visou reciclar as profissionais e foi proposta pelo grupo cultural Ska Reggae em articulação com a Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam). Quinze tábulas foram entregues nas escolas municipais Giltônia Pereira de Souza, em Arembepe, e 21 na Eliza Dias de Azevedo, em Abrantes.
Entre 31 de maio e 16 de junho as profissionais que integraram as atividades trabalharam conteúdos como matemática financeira, gestão de patrimônio, protocolos sanitários no manuseio, preparo e acondicionamento de alimentos, dentre outros tópicos. A cozinha recebeu três dias de dedicação exclusiva, no período final da atividade.
Cristiane Bacelar, secretária do Turismo, relevou a importância da baiana de acarajé para o setor. “Ela está na ponta da cadeia, movimenta a economia, é um atrativo e não só por toda a história que traz, mas por sua culinária tão característica”, afirmou. Para a gestora da Setur, o curso gera uma resposta com relação à pandemia, visto que elas aproveitam o período e saem na frente, se capacitando, de modo a estarem prontas para dar conta da demanda que deve chegar com força em 2022. “Temos que estar com essa cadeia produtiva bem afiada”, reconheceu.
Rita Santos, presidente da Abam e coordenadora nacional da instituição, afirmou que a palavra de ordem da formação foi ‘empoderamento’. Segundo a coordenadora, “além de serem baianas de acarajé, elas também estão prontas para atuar politicamente. O curso trabalhou temas como a violência contra a mulher, turismo, sobre patrimônio – principalmente no sentido de fazê-las se entenderem em profundidade como esse patrimônio imaterial que de fato cada uma delas é”, sintetizou.
Elivânia Souza, moradora e baiana de acarajé em Arembepe, destacou dentre os conteúdos mais relevantes para a sua formação os conteúdos sobre a riqueza da história e da rota do acarajé no país, e o tópico sobre gestão financeira. “Eu tinha um deslize até nos gastos dos materiais e hoje eu aprendi muito com esse curso. Passei a desperdiçar menos, o que impactou diretamente nos meus custos”, reconheceu.
O assessor especial da Seduc, João Dão, explicou que esse trabalho de acolher demandas sociais da comunidade é um dos nortes que orientam a gestão da secretária Neurilene Martins e do prefeito Elinaldo. “Nesses cinco anos de trabalho, a educação vem estabelecendo parcerias com as demais secretarias, ouvindo e buscando atender a comunidade tanto estrutural quando tecnicamente. Nossas escolas estão aqui, disponíveis para fazer esse atendimento”, afirmou.
A secretária da Cultura, Márcia Tude, destacou a sensibilidade da atual Prefeitura que, na manhã desta quinta-feira (8/7), agregou diferentes pastas em torno da temática, o que denota a importância dessas profissionais para a gestão do prefeito Elinaldo. “Estamos juntos, valorizando essas que são fruto do patrimônio nacional e imaterial que é o ofício da baiana de acarajé, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) e reconhecido pelo município de Camaçari, principalmente através do Mapa Cultural que reúne o registro de todas elas”, explicou Márcia Tude.
As baianas que participaram da atividade são filiadas à Associação Nacional das Baianas de Acarajé, Mingau, Receptivo e Similares (Abam). O curso “Reprodução de Saberes, Fazeres e Identidade do Oficio das Baianas” é parte do projeto “Histórias, Memórias e Acervos do Memorial das Baianas de Acarajé”, contemplado por chamada estadual da Lei Aldir Blanc.
Foto: Jean Victor