A cada ano do triênio 2023 a 2025, o Brasil deve registrar 704 mil novos casos de câncer, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). As regiões Sul e Sudeste concentram cerca de 70% da incidência, de acordo com um relatório do Inca divulgado nesta semana.
A publicação é a principal ferramenta de planejamento e gestão na área oncológica no Brasil, fornecendo informações fundamentais para a definição de políticas públicas, de acordo com o Inca. Ao todo foram estimadas as ocorrências para 21 tipos de câncer mais incidentes no país.
O tumor maligno mais incidente no Brasil é o de pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama feminina (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
Neste domingo (27), o Dia Nacional de Combate ao Câncer promove o alerta sobre a prevenção à doença. Ao menos 30% de todos os casos podem ser evitados com mudanças no estilo de vida.
Priorizar o consumo de alimentos naturais, manter o peso ideal de acordo com a idade e altura e incluir pelo menos 150 minutos de atividade física por semana são algumas das estratégias para prevenir o câncer. Veja outras recomendações do Inca abaixo.
1 – Não fumar
Evitar fumar é uma das atitudes mais importantes para a prevenção do câncer, segundo o Inca. Além do câncer de pulmão, fumar pode favorecer o desenvolvimento de tumores na cavidade oral, laringe, faringe, esôfago e bexiga.
As substâncias químicas liberadas no ambiente podem ser inaladas por fumantes e não fumantes, no chamado fumo passivo.
2 – Ter uma alimentação adequada e saudável
A alimentação saudável é indicada como parte de uma estratégia de saúde integral. Além de prevenir o câncer, dietas à base de alimentos ricos em nutrientes fortalecem o sistema imunológico contra diversos tipos de infecções.
O Ministério da Saúde recomenda a alimentação focada em alimentos naturais ou minimamente processados, incluindo frutas, legumes, verduras, cereais integrais, feijões e outras leguminosas. Além disso, deve-se evitar bebidas e alimentos ultraprocessados.
Os ultraprocessados são formulações tipicamente industriais produzidas a partir da modificação dos alimentos originais e da combinação de diferentes ingredientes que têm nomes pouco familiares e não usados em casa, incluindo xarope de milho, aromatizantes e adoçantes (saiba identificar abaixo).
Carnes processadas como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela, peito de peru e blanquet de peru podem aumentar a chance de desenvolver câncer, segundo o Inca. Os conservantes podem levar ao surgimento de câncer de intestino (também chamado de cólon e reto).
O consumo de carnes vermelhas em excesso, mesmo não sendo ultraprocessadas, também aumenta o risco da doença.
3 – Manter um peso saudável
Manter o peso dentro dos limites saudáveis e evitar o ganho de peso na vida adulta é uma das recomendações para se proteger contra o câncer.
Uma alimentação adequada e saudável, além de fornecer nutrientes que protegem contra o câncer, favorece a manutenção do peso saudável.
4 – Praticar atividade física
O movimento ajuda a prevenir doenças e a prática regular de atividade física está associada à redução do risco do desenvolvimento de vários cânceres.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda de 150 a 300 minutos, no mínimo, de atividade aeróbica por semana para adultos saudáveis e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.
5 – Amamentar
Para as mulheres, amamentar reduz o risco de desenvolvimento do câncer de útero e câncer de mama.
O Ministério da Saúde recomenda que apenas a partir dos seis meses da criança que a amamentação deve ser complementada com uma alimentação adequada e saudável composta por alimentos in natura e minimamente processados.
6 – Fazer o exame preventivo do câncer do colo do útero
Mulheres entre 25 e 64 anos devem fazer o exame preventivo do câncer do colo do útero a cada três anos, após os dois exames realizados com intervalo anual com resultados negativos.
As alterações das células do colo do útero são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolau), e o câncer do colo do útero tem maiores chances de cura quando diagnosticado precocemente. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda a realização periódica deste exame.
7 – Tomar vacinas contra o HPV e hepatite B
A vacinação contra o HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano), disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), faz parte das ações de prevenção do câncer do colo do útero, fornecendo imunidade e sendo uma importante ferramenta de prevenção da doença.
Já o câncer de fígado está relacionado à infecção pelo vírus causador da hepatite B, que também pode ser prevenida pela vacinação.
8 – Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas
O consumo de bebidas alcoólicas, em qualquer quantidade ou tipo, contribui para o risco de desenvolver certos tipos de câncer, entre eles o câncer de cavidade oral, faringe, laringe, esôfago, pâncreas, fígado, colorretal e mama.
Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença.
9 – Evitar a exposição excessiva ao sol e em horários inadequados
Embora o hábito de tomar sol seja benéfico para a saúde, deve-se tomar cuidados para evitar a exposição prolongada, especialmente entre 10h e 16h, para evitar os riscos do câncer de pele.
Medidas de proteção incluem protetor solar, chapéu, óculos escuros e uso de guarda-sol em praias e clubes.
Se for inevitável a exposição ao sol durante a jornada de trabalho, é importante usar chapéu de aba larga, camisa de manga longa e calça comprida.
10 – Evite exposição a agentes cancerígenos no trabalho
Agentes químicos, físicos e biológicos ou suas combinações são causas bem conhecidas de câncer relacionado ao trabalho, e evitar ou diminuir a exposição a estes agentes seria o ideal para prevenir a doença, segundo o Inca.
Para que a prevenção ao risco seja efetiva, o Inca preconiza o comprometimento de todos os envolvidos nos diversos processos de trabalho, incluindo a elaboração de planos para evitar o adoecimento dos trabalhadores, além da implementação de leis que e a fiscalização dos ambientes de trabalho.
fonte: CNN Brasil